Os desafios da reciclagem no Brasil Os desafios da reciclagem no Brasil

O processo de reaproveitamento vem entrando, cada vez mais, na rotina da população, mas ainda enfrenta dificuldades no processo

Reciclar é um princípio que aprendemos desde muito cedo na escola, mas que pouco praticamos em nosso dia a dia. Esta realidade deve mudar nos próximos anos com o crescimento de iniciativas que valorizam a coleta seletiva. A separação dos resíduos deve começar na sua casa. É um processo prático que pode ser incorporado facilmente à sua rotina.

Desde de dezembro de 2014, os municípios brasileiros não podem mais despejar resíduos sólidos em lixões, graças à lei nº 12.305/10 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ela prevê a redução na geração de lixo e aumento na taxa de reciclagem e reutilização deste de maneira sustentável. Dados coletados pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que 27% dos recicláveis das cidades foram recuperados em 2012. Este panorama aumenta a necessidade de repensar o destino que damos ao lixo que produzimos todos os dias, que pode chegar a aproximadamente a 194 toneladas por dia – média de 1,2 kg/per capita. Entretanto, apenas 80,3% é coletado, segundo o CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem).

O negócio da reciclagem é lucrativo. Só em 2012, as empresas recicladoras tiveram faturamento de R$ 10 bilhões de reais. Apesar do cenário promissor, ele apresenta diversos empecilhos para um crescimento ainda maior. A coleta seletiva pode chegar até a ser 4,5 vezes mais cara que a convencional, com custo de US$ 212 dólares por tonelada. Alguns materiais, pela dificuldade de seu processamento, possuem um preço igual ao superior ao da fibra virgem, não compensando a sua utilização.

A coleta seletiva nem sempre é realizada de maneira eficiente pelos municípios, ficando a cargo de cooperativas ou catadores. Estudo mostra que apenas 14% municípios brasileiros oferece o serviço, sendo que a grande maioria está nas regiões Sul e Sudeste. Desta forma, a sua participação neste processo é essencial. Existem 3,8 mil PEVs (Pontos de Entrega Voluntária), só em São Paulo, que recebem resíduos secos (plástico, papel, vidro, entre outros) devidamente selecionados e os enviam para empresas especializadas. Supermercados como o Wal-Mart e Pão de Açúcar também realizam campanhas de coleta, em menor escala. A entrega em locais apropriados é importante, pois selecionar e deixar a cargo da coleta convencional não é o suficiente, uma vez que os resíduos são misturados.

Mudar de hábitos pode ser difícil, no começo, principalmente com um assunto que poucos dão a devida importância. Mas com passos simples é possível selecionar os resíduos domésticos corretamente para enviá-los para a reciclagem. Abaixo você confere algumas dicas.

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Gisela Lopes

Incansável na defesa dos animais e na busca de soluções para o lixo. Luta pela conscientização das pessoas para as questões ambientais e a valorização do uso dos poucos recursos naturais que ainda nos resta.

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