Impacto ambiental demanda mudança para internet mais sustentável Impacto ambiental demanda mudança para internet mais sustentável

Mesmo imperceptível, cada clique consome energia dos servidores liberando poluentes nocivos na atmosfera

Aquelas buscas aleatórias que, geralmente, fazemos quando queremos nos distrair geram um enorme impacto ambiental. Pode ser um pouco complicado compreender como isso funciona, ou de que forma aquele vídeo fofo do urso panda descendo no escorregador pode ser prejudicial. O problema está nos servidores que armazenam os websites que acessamos todos os dias, que consomem muita energia que é gerada por fontes que emitem poluentes causadores da mudança climática. Atualmente, cerca de 3 bilhões de pessoas têm acesso a internet.

Para que um site funcione, seja ele qual for, ele precisa hospedar suas informações em enormes servidores. Muitos deles, espalhados por outros países. Vale lembrar que muitos países utilizam fontes altamente poluentes de energia, como a termelétrica e a nuclear. A questão é que quanto mais utilizamos a internet mais destes equipamentos são necessários para suprir a demanda. O que tem se tornado cada vez mais preocupante como crescimento do armazenamento de dados na nuvem. É estimado que os dados móveis pelo mundo tenham crescido 69%, em 2014. Tendo previsão de continuar o crescimento vertiginoso até 2019.

Para funcionarem, os servidores utilizam grande quantidade de energia. Para você ter uma ideia, se eles fossem um país seriam o sétimo maior consumidor do mundo. Em 2020, espera-se que chegue ao segundo lugar. É estimado que, somente o Google, gaste em torno de 3.9 milhões de kWh, gerando certa de 260 toneladas de CO2. Um clique equivale a um carro movimentando-se quinze centímetros, algo que cresce em proporções astronômicas já que, no mundo, são feitas 3 bilhões de pesquisas por dia, segundo o qSearch. “A menos que companhias líderes de internet encontrem um modo de ultrapassar as fontes tradicionais, poluentes de energia, a conveniência do streaming pode nos levar a aumentar nossa pegada de carbono”, aponta pesquisa realizada pela ONG Greenpeace.

Estes dados não estão aqui para fazer você deixar de usar a internet. Há diversos benefícios atrelados a ela. Por exemplo, ao comprar um CD, livro ou filme digital você está adquirindo um produto que emitiu até 80% menos CO2 do que um de mídia física. É possível criar uma internet mais “verde”, tanto que algumas empresas já realizaram mudanças positivas no setor. A Apple, empresa de tecnologia, possui 100% de seus centros de dados alimentados por energias renováveis, sendo que todos os seus processos são pensados de forma a alcançar a eficiência energética. Diversas empresas líderes, como Google e Facebook, já se comprometeram com o uso de fontes renováveis. Esta nova perspectiva tem impulsionado mercados-chave a mudar seus investimentos para este modelo energético, a fim de atender a crescente demanda.

Um dos maiores obstáculos para uma internet mais sustentável são os monopólios energéticos, que englobam a maior parte das grandes companhias. Empresas que oferecem fontes renováveis possuem dificuldade para atrair clientes, devido aos preços mais elevados e design pouco convidativo. É necessária pressão por parte dos operadores de servidores e dos consumidores de energia para que o mercado se abra para novos competidores, garantindo mais opções para adquirir eletricidade mais sustentável.

Aqui no Brasil, é possível destacar alguns projetos alternativos que visam neutralizar a emissão de carbono gerada por páginas na internet. Um deles é o Site Sustentável, que planta uma espécie de árvore nativa da mata atlântica de acordo com a quantidade de acessos no site.

Gisela Lopes

Incansável na defesa dos animais e na busca de soluções para o lixo. Luta pela conscientização das pessoas para as questões ambientais e a valorização do uso dos poucos recursos naturais que ainda nos resta.

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