O inconveniente destino das fraldas descartáveis O inconveniente destino das fraldas descartáveis

Produto é responsável por um volume de milhões de toneladas de resíduos depositados em aterros a cada ano

Poucos realmente se dão conta do quanto as fraldas descartáveis, que os bebês usam, impactam no meio ambiente. É claro que a quantidade utilizada é muito grande. Cada criança utiliza em torno de 5500 delas nos primeiros dois anos e meio de vida, gerando até 400 kg por ano. Entre todos os bebês, são 3,4 milhões de toneladas por ano, o que representa 2,1% do lixo urbano que vai direto para aterros ou lixões.

O descarte das fraldas nem sempre é realizado de maneira correta pelas mães. Frequentemente, elas não possuem armazenamento correto após tirá-la da criança, ficando em recipientes abertos dentro de casa que são suscetíveis a proliferação de bactérias. Essa questão não termina por aí. Ao chegar nos aterros, pode haver o vazamento do resíduo orgânico para reservas de água subterrânea, comprometendo sua qualidade.

A empresa inglesa Knowaste foi pioneira no desenvolvimento da reciclagem de produtos absorventes de higiene, criando sua primeira instalação de processamento em 2011 com custo de US$ 17 milhões de dólares. Sua tecnologia é capaz de separar os componentes presentes nas fraldas descartáveis e transformá-los em diversos produtos variados, como componentes de plástico, materiais compostos, entre outros. Além de lidar de maneira saudável com os agentes contaminantes. É uma solução promissora para diminuir o volume dos resíduos descartados, uma vez que as fraldas demoram 500 anos para se decompor na natureza. O Brasil ainda não possui planos de adoção deste tipo de reciclagem.

Para contornar esta situação, mães vão em busca de uma solução, não apenas ecológica, mas também econômica. As fraldas de pano ganham cada vez mais adeptas, tendo crescimento em torno de 30% no último ano. O volume de lixo gerado por elas é muito menor, uma vez que podem ser reutilizadas mais vezes. Hoje, os modelos são mais modernos do que os utilizados pelas avós. Empresas já investem em tecnologias que melhoram a qualidade e praticidade do produto. Seu custo total gira em torno de R$900 reais, enquanto com fraldas descartáveis alcança os R$ 5 mil reais. Outro ponto a favor do uso do pano de algodão é a ausência de solventes e menor impacto na extração de recursos, uma vez que faz menos uso de plásticos, provenientes do petróleo, e derivados da celulose.

Assim como as fraldas descartáveis, as de pano sofrem críticas relacionados ao seu impacto ambiental. Se utilizadas de forma consciente, podem representar até 40% menos dano, mas nem sempre isto acontece. O seu processo de lavagem pode acarretar em uso excessivo de água e energia e lançamento de produtos químicos, o que, em alguns casos, pode deixar idêntico o impacto de ambos. De olho neste problema, a empresa gDiapers criou um sistema em que a região absorvente da fralda é eliminada pela descarga ou, até mesmo, podendo fazer parte de processo de compostagem. A viabilidade da iniciativa ainda é incerta, mas promissora.

A discussão sobre as vantagens e desvantagens de cada modelo depende de cada ponto de vista. Cuidados devem ser tomados na utilização tanto da descartável quanto a de pano. Especialistas apontam que revezar o uso já causa boa diferença no meio ambiente. É ótima opção para quem ainda não se sente confortável na transição entre os modelos, mas já quer fazer a sua parte. Sites como o fraldabonita.com.br realizam a venda e promoção das fraldas de pano.

Gisela Lopes

Incansável na defesa dos animais e na busca de soluções para o lixo. Luta pela conscientização das pessoas para as questões ambientais e a valorização do uso dos poucos recursos naturais que ainda nos resta.

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